Nome científico publicado pela 1ª vez em:
Sp. Pl.: 323 (1753) [1]
Região Geográfica de Origem
México e Sul dos Estados Unidos da América [2]
Estado de Conservação
Pouco preocupante (IUCN) [3]
Estatuto na região Açores
Espécie exótica, escapada de cultura e considerada invasora nos Açores, [4] onde ocorre espontaneamente em todas as ilhas com exceção à data da ilha de São Jorge. [5]
Sobre o(s) Exemplar(es)
Exemplares desta espécies têm sido cultivados no Jardim da Universidade dos Açores pelo menos desde 1989, no topo norte do jardim. [6]
Sobre o táxon
Cada roseta de flores da piteira pode levar entre 10 a 30 anos para florescer, morrendo após a frutificação. [7] A manutenção desta espécies exige cuidade e proteção já que as suas folhas são armadas de espinhos (condicionando também a circulação de pessoas) e a sua seiva é tóxica (para pessoas e animais), o contacto direto com a seiva desta espécie pode causar dermatite; [8] estas desvantagens associadas ao facto de ser uma planta invasora em vários países do mundo e nos Açores, desaconselham a sua plantação como planta ornamental. [6].
Descrição
A piteira é uma planta perene e rizomatosa, com 1,5 a 2 m de altura no estado vegetativo e até 8 m de altura no estado reprodutor. Apresenta um caule muito curto e grosso, com uma roseta de folhas verde-glaucas ou verde acinzentadas (por vezes variegadas), eretas, ascendentes, por vezes reflexas; as folhas são persistentes, carnudas, lanceoladas-oblongas, com 0,8 a 2 m de comprimento e 15 a 25 cm de largura, margens com dentes espinhosos e tipicamente com um espinho apical longo (2 a 6 cm) e escuro. Na altura da reprodução um escapo nasce no centro da roseta de folhas, atingindo vários metros de altura e produzindo na sua metade superior uma grande inflorescência paniculada com brácteas persistentes e triangulares e ramos vários ramos laterais, horizontais a ligeiramente ascendentes, que suportam distalmente flores com com 7 a 10,5 cm de comprimento, eretas e pediceladas (pedicelo 2-4 cm longo). Os perigónios sintépalos verde-amarelados possuem um tubo (0,8-2 cm longo) e 6 lobos suberetos (2–3,5 cm longos); cada flor apresenta 6 estames excertos com filetes 6 a 10 cm longos e anteras amarelas com 2,5 a 3,5 cm de comprimento. O ovário com 3 a 4.5 cm de comprimento é encimado por um estilete com 3 estigmas. O fruto é uma cápsula oblonga com 3,5 a 8 cm de comprimento, libertando na maturidade, as sementes (6-8 mm) negras e brilhantes. Após a reprodução sexuada a roseta-mãe morre, mas novos rebentos surgem entretanto a partir do rizoma (reprodução assexuada).
Referências
[1] POWO (2023). Plants of the world online. The Royal Botanic Gardens, Kew. http://www.plantsoftheworldonline.org/
[2] Pereira, M.J., Vieira, V., Furtado, D. (eds.) (2010). O Jardim Romântico da Universidade dos Açores. Universidade dos Açores, Ponta Delgada, 51 pp.
[3] García-Mendoza, A.J., Sandoval-Gutiérrez, D., Hernández Sandoval, L. & Zamudio, S. 2019. Agave americana. The IUCN Red List of Threatened Species 2019: e.T13507070A13507074. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2019-3.RLTS.T13507070A13507074.en. Accessed on 16 May 2023.
[4] Silva L, E Ojeda Land & JL Rodríguez Luengo (eds.) (2008) Flora e Fauna Terrestre Invasora na
Macaronésia. TOP 100 nos Açores, Madeira e Canárias. ARENA, Ponta Delgada, 546 pp.
[5] Portal da biodiversidade dos Açores (2023). Agave americana. https://azoresbioportal.uac.pt/pt/especies-dos-acores/agave-americana-9805/
[6] Pereira, M.J.(2023). O Jardim da Universidade dos Açores. Universidade dos Açores. https://jardim.uac.pt/
[7] BioNET-EAFRINET, 2016. Invasive plants key and fact sheets.http://keys.lucidcentral.org/keys/v3/eafrinet/index.htm
[8] Barabash-Neila, R., Zulueta-Dorado, T., Conejo-Mir, J. (2011). Agave americana causing irritant contact dermatitis with a purpuric component. Actas Dermo-Sifiliográficas, 102(1):74-76.